A Cura que Veio do Amor ao Próximo
Certa vez, uma jovem de família de classe média começou a adoecer sem explicação. Com o tempo, sua saúde piorava, e ela já não tinha forças nem para sair da cama. Médicos foram consultados, exames realizados, mas ninguém descobria a causa daquela enfermidade misteriosa.
Surpresos, mas confiantes, os pais concordaram.
Na manhã seguinte, o médico parou o carro em frente à casa. A jovem entrou no veículo, ainda abatida, e seguiram caminho. Cruzaram a cidade, passaram por bairros conhecidos e logo entraram em ruas de terra, até chegarem a uma comunidade bem simples.
Ao entrarem, foram recebidos com carinho, como se o médico já fosse de casa. De fato, ele costumava visitar aquela família humilde. Apresentou a jovem à viúva e aos filhos dela, fez perguntas sobre a saúde deles, entregou alguns medicamentos e conversou brevemente.
Dois dias depois, o carro do médico parou novamente diante da casa da jovem. Mas, desta vez, ela já o aguardava animada — e com várias sacolas nas mãos. Durante o trajeto, conversou alegremente. Ao chegarem no barraco, foi ela quem mais falou, brincou com as crianças, ajudou a limpar, distribuiu o que havia trazido.
O médico, observando de longe, sorria satisfeito. Seu novo método estava surtindo efeito.
As visitas tornaram-se frequentes. Depois de um tempo, a jovem passou a ir sozinha — e levou amigas com ela. Seu círculo de amizades se expandiu, agora incluindo pessoas da comunidade.
Algumas semanas se passaram, e algo extraordinário aconteceu: a moça estava curada. Seu olhar, antes apagado, agora brilhava. Voltou a ser ativa, alegre, cheia de vida.
Sua cura não veio de um remédio milagroso ou de um procedimento complexo, mas sim da transformação interior provocada por um simples gesto: sair de si mesma para enxergar e cuidar do outro.
É no ato de doar — tempo, atenção, carinho, serviço — que encontramos a verdadeira alegria. Quando colocamos nossos dons a serviço do próximo, não só ajudamos quem precisa, mas também somos curados por dentro.
O amor ao próximo tem poder restaurador. Quando nos dedicamos aos outros, nos conectamos com algo maior que nós mesmos. E essa conexão traz uma alegria profunda, que não se compra, não se prescreve, nem se explica — apenas se vive.

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