A Janela da Percepção
Um casal recém-casado mudou-se para um bairro tranquilo, buscando paz e um novo começo.
Na primeira manhã em sua nova casa, enquanto tomavam café, a esposa notou pela janela a vizinha estendendo lençóis no varal.
— Veja só — comentou com o marido —, que lençóis sujos! Será que ela não sabe lavar roupa? Se eu tivesse intimidade, ofereceria um sabão melhor ou até ensinaria como se faz.
O marido apenas escutou, sem dizer nada.
Essa cena se repetiu por semanas. Sempre que a vizinha colocava os lençóis para secar, a esposa fazia o mesmo comentário, criticando a limpeza dos tecidos.
Até que, numa manhã, surpreendida, ela exclamou:
— Olhe, querido! Hoje os lençóis estão brancos como nunca! Será que finalmente aprendeu a lavar? Ou alguém a ajudou?
Calmamente, o marido respondeu:
— Na verdade, fui eu quem lavou a nossa janela hoje cedo.
Silêncio. A esposa entendeu de imediato.
Moral da história: Quantas vezes julgamos os outros sem perceber que é a nossa própria visão que está turva?
Antes de apontar o dedo, deveríamos olhar para a "janela" através da qual enxergamos o mundo. Talvez o problema não esteja no outro, mas em nossa própria forma de ver.
A crítica é fácil, mas a autocrítica exige coragem. E muitas vezes, uma pequena mudança em nossa perspectiva revela que aquilo que condenávamos não era um defeito alheio — mas um reflexo das nossas próprias limitações.
Tudo depende da janela pela qual observamos os fatos. Por isso, antes de julgar, pergunte-se: será que é o mundo que precisa ser limpo... ou meus olhos?

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