A Onça e a Cirurgia nos Olhos
Havia, certa vez, uma onça que sabia de tudo o que acontecia na floresta. Seu espírito crítico era felino: tudo ela percebia e criticava. Enxergava defeitos em tudo e em todos — e não hesitava em comentar com a bicharada.
Um dia, a onça começou a sentir sua visão cansada, enxergando cada vez menos. Preocupada, procurou um oftalmologista. Após alguns exames, o médico decidiu fazer uma cirurgia em seus olhos. Terminada a recuperação, a onça voltou ao mato.
No entanto, algo estranho começou a acontecer. Agora, ela enxergava ainda mais defeitos. Coisas horríveis! E pensava: “Será que a bicharada piorou tanto assim?” Eram tantos os defeitos que ela via nos outros que, inquieta, voltou ao consultório do oftalmologista.
Depois de examiná-la, o médico disse:
— Dona Onça, me desculpe! O erro foi meu. Durante a cirurgia, por engano, coloquei seus olhos voltados para dentro. Por isso a senhora está vendo todos esses defeitos... são os seus!
Rapidamente, o oftalmologista corrigiu a posição dos olhos. A onça voltou à floresta, mas agora era bem mais prudente ao criticar os outros bichos, pois havia aprendido que os defeitos que via nos outros... muitas vezes estavam nela mesma.
Moral da história: Essa parábola nos ensina sobre a importância da autorreflexão e da humildade. A onça representa aquelas pessoas que vivem apontando falhas alheias, mas se esquecem de olhar para dentro de si mesmas. Quando seus olhos foram “corrigidos” e ela passou a enxergar seus próprios defeitos, percebeu que precisava ser mais cuidadosa e menos crítica.
Devemos lembrar que todos temos falhas e áreas para melhorar. Antes de julgarmos os outros, precisamos olhar sinceramente para nós mesmos. Isso nos ajuda a sermos mais humildes, compreensivos e justos nas nossas relações.
Essa lição me faz lembrar as palavras de Jesus em Mateus 7:5:
“Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.”
Jesus estava denunciando a hipocrisia dos líderes religiosos de sua época, e seu alerta continua válido até hoje. Se alguém aponta os erros dos outros, mas ignora os seus próprios, está sendo incoerente e fingindo ser o que não é.
Por isso, devemos evitar o olhar condenador e impiedoso. Muitas vezes, não sabemos pelo que as pessoas estão passando. Antes de tentarmos “abrir os olhos” de alguém, é essencial ter certeza de que já removemos a trave dos nossos próprios olhos. Só assim poderemos enxergar com clareza e ajudar o próximo de maneira verdadeira, sensível e amorosa.
Assista ao vídeo desta história: https://youtu.be/qBuqK3d-nZs

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