A Raposa e as Uvas
Era uma vez uma raposa que não conseguia nenhuma caça para aliviar sua fome havia mais de dois dias. Passando por um parreiral, a raposa viu alguns cachos de uvas pendurados nas grades de uma videira. As uvas estavam muito no alto da parreira, e a raposa precisava inventar um jeito de alcançá-las sem chamar a atenção do caseiro.
Primeiro, a raposa pulou várias vezes o mais alto que pôde, até se cansar. Frustrada, ficou pensando por um bom tempo, até que lhe ocorreu outra ideia. Tentou empurrar uma pedra grande para debaixo do parreiral, mas não conseguiu; a pedra era pesada demais. Então, teve de se contentar em empurrar uma pedra pequena. Subiu sobre ela e pulou várias vezes, mas ainda assim não alcançou as deliciosas uvas.
A raposa subiu até o topo de uma árvore ali perto. Chegando lá em cima, jogou-se para tentar alcançar as uvas tão desejadas, mas o que conseguiu foi um galo na cabeça, pois acabou caindo sobre uma das pedras ao lado da parreira. Parecia que ela ainda não tinha aprendido a lição; tentava de todo jeito alcançar as uvas apetitosas.
A noite caiu e, sob a luz da lua, a raposa sentiu sua fome aumentar, pois o tempo passava e ela nada conseguia. No dia seguinte, viu um galho caído no chão e teve a ideia de colher as uvas batendo nelas para derrubá-las, mas não conseguiu alcançá-las. Então, jogou o galho para cima, que acabou caindo sobre sua cabeça.
A moral desta história trata da ideia de que, às vezes, desistir de algo pode ser uma escolha sensata quando percebemos que é inatingível ou não vale o esforço necessário. A raposa tentou várias estratégias para alcançar as uvas, mas todas falharam. No final, ela precisou aceitar que as uvas estavam fora de alcance e seguir em frente em busca de outra fonte de alimento. A moral ensina sobre a importância da perseverança, mas também sobre a sabedoria de reconhecer quando é hora de abandonar uma tarefa que não pode ser realizada.
Na língua inglesa, a expressão sour grapes ("uvas azedas"), derivada dessa fábula, é usada para descrever algo desejado, mas inacessível ou difícil de alcançar, assim como as uvas altas demais para a raposa. Quando alguém se refere a algo como "uvas azedas", geralmente faz uma analogia com a sensação de frustração ou desapontamento ao tentar alcançar algo fora de alcance. É fácil desprezar aquilo que não se pode obter, mas a humildade nos faz reconhecer que, ou precisamos nos esforçar mais para alcançar algo, ou talvez certas coisas não sejam para nosso benefício e devemos seguir adiante em busca de aprimoramento ou outros objetivos.

Comentários
Postar um comentário