A Teia da Aranha de Deus e a Fé

Ilustração de um homem com roupas medievais que ajoelhou-se em uma floresta com as mãos em posição de oração.

Certa vez, um homem estava sendo perseguido por um grupo de malfeitores determinados a tirar-lhe a vida. Desesperado, corria por uma estrada de terra quando avistou uma trilha estreita que adentrava o mato. Sem pensar duas vezes, entrou por ela, esperando despistar seus perseguidores. Ao se esconder entre a vegetação densa, elevou aos céus uma oração angustiada:

— Deus Todo-Poderoso, envia agora dois anjos para proteger a entrada da trilha. Que eles bloqueiem o caminho e impeçam esses homens de me encontrar!

Enquanto orava, escutou passos e vozes se aproximando. O coração batia descompassado. Abriu os olhos e, para sua surpresa, não viu anjos, nem muralhas, nem qualquer sinal de proteção. Apenas uma pequena aranha descia lentamente de uma árvore e começava a tecer sua teia bem na entrada da trilha.

— Senhor! — exclamou ele, quase em desespero. — Eu pedi anjos... e o Senhor me manda uma aranha? Por favor, constrói com Tua mão poderosa um muro! Um muro de pedra! Um muro de proteção verdadeira!

Mas, ao abrir novamente os olhos, tudo o que via era aquela frágil teia sendo tecida com dedicação pela pequena criatura.

Sem esperança, resignou-se à ideia da morte iminente. O som dos passos ficava mais alto, os malfeitores se aproximavam da entrada da trilha. Ele conteve a respiração.

Foi então que escutou uma das vozes dizer:

— Olha ali, uma trilha!

Outro respondeu:

— Não, não vale a pena. Veja... está coberta por uma teia de aranha. Se alguém tivesse passado por aqui, ela teria sido rompida. Vamos procurar em outro lugar.

Ouvindo aquilo, o homem levou a mão à boca, tentando conter o choro. Lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto. Aquela simples teia, aparentemente frágil e inútil, havia sido o muro que tanto pedira.

Quantas vezes pedimos algo a Deus esperando uma resposta grandiosa, imediata, do nosso jeito? Clamamos por milagres espetaculares, por sinais claros, por soluções óbvias. Mas nos esquecemos de que a sabedoria divina não segue a lógica humana.

Deus não mandou anjos com espadas flamejantes, nem ergueu muralhas de pedra. Ele enviou uma aranha — pequena, silenciosa, aparentemente insignificante — para cumprir o propósito. E cumpriu.

A teia simboliza a forma sutil e perfeita como Deus age. É frágil aos olhos humanos, mas poderosa quando está dentro do plano divino.

Por isso, quando as respostas não vierem da forma como esperamos, lembre-se: talvez a solução já esteja sendo tecida à nossa frente, delicadamente, por mãos invisíveis que sabem exatamente o que fazem.

Confie, espere, creia. E, sobretudo, agradeça.

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