Aprenda a Ignorar e Preserve Sua Paz

Um monge em um templo meditando.

Está comprovado: as pessoas com quem convivemos podem nos trazer muita alegria ou grande sofrimento. Isso depende, sobretudo, da importância que damos a elas.

Segundo a ciência, quem deseja ser feliz precisa aprender a ignorar muitas atitudes das pessoas ao seu redor. Em diversos casos, a melhor escolha é o afastamento. Lidar com pessoas tóxicas vai além do desconforto: é uma questão de saúde mental, como apontam especialistas.

Por isso, é fundamental identificar o que mais nos afeta para que possamos nos proteger emocionalmente. Quando alguém nos fere com palavras ou atitudes, é natural sentirmos dor, tristeza ou angústia. Podemos até acusar essa pessoa de egoísmo ou injustiça por não considerar nossos sentimentos. Porém, muitas vezes esquecemos que essas emoções negativas também podem ser resultado de uma escolha nossa — a escolha de absorver ou não aquilo que foi feito ou dito.

Temos sempre duas opções: culpar o outro pela dor que sentimos, pela raiva, pela humilhação… ou simplesmente ignorar as palavras e atitudes ofensivas, protegendo nossa integridade emocional. Em segundos, somos livres para escolher entre a raiva e a gratidão, entre o sofrimento e o bem-estar.

Uma antiga parábola budista ilustra bem essa sabedoria:

Certa vez, um homem se aproximou de Buda e, sem dizer uma palavra, cuspiu em seu rosto. Os discípulos, furiosos, exigiram justiça. Um deles disse: “Permita-me revidar esse insulto!”.

Com serenidade, Buda limpou o rosto e respondeu: “Não. Eu mesmo falarei com ele.”

Reuniu as mãos em sinal de reverência e disse ao homem: “Obrigado. Com seu gesto, percebi que a raiva já não habita em mim. Sou grato. Seu ato também revelou que meus discípulos ainda têm muito a aprender. Por isso, agradeço novamente.”

O homem, atônito, ficou sem palavras, dominado pela vergonha.

Ignorar, nesse contexto, não é fraqueza. É liberdade. É a escolha de não alimentar o que nos fere. Quando alguém nos agride, isso diz mais sobre essa pessoa do que sobre nós. E é nossa a decisão de como reagir.

Essa parábola também nos convida a refletir sobre a gratidão. Toda mágoa pode ser um espelho: o que me faz sentir assim? O que estou pensando para me sentir mal? Quero continuar sentindo isso? E se eu mudar minha interpretação dos fatos?

Ignorar não é fechar os olhos para tudo, mas sim selecionar o que vale ou não nossa energia. E para isso, é essencial aprender a ignorar quatro coisas específicas a partir de hoje:


1. Críticas destrutivas

Aquelas críticas feitas apenas para te diminuir, prejudicar e abalar sua autoestima. Se você identificou quem são os autores desse tipo de crítica, comece a ignorá-los agora. Confie em si mesmo, fortaleça sua segurança interior e não permita que palavras maldosas afetem sua verdade.


2. Comparações inúteis

Comparações são sempre injustas, pois cada pessoa é única. Quando alguém te compara com outros, saiba: isso não acrescenta nada, apenas tenta minar sua identidade. Afaste-se de quem insiste nisso. Você é incomparável e não precisa caber no molde de ninguém.


3. Preocupações sem fundamento

Muitas das nossas preocupações nunca se concretizam, mas mesmo assim roubam nossa paz. Reflita: isso merece sua preocupação? Ou está alimentando um medo infundado? Cultive pensamentos positivos e escolha onde colocar sua atenção.


4. Falsas culpas

Quantas vezes você assumiu culpas que não eram suas? Pessoas manipuladoras sabem usar esse artifício para controlar você. Mas pergunte-se: isso é realmente culpa minha? Ou me fizeram acreditar nisso? Liberte-se do peso que não te pertence.


Essas são quatro atitudes que precisamos começar a ignorar desde já. Elas nos desgastam e, muitas vezes, vêm de pessoas que só querem nos sabotar.

Dar ouvidos a tudo o que dizem sobre nós nos leva a construir mentiras que não refletem quem realmente somos. Por isso, confie em si mesmo. Ouça mais o seu interior. Quando você se conhece, nenhuma opinião externa tem poder.

Não carregue culpas que não são suas. Elas só geram estresse e ansiedade. Descubra a raiz do seu mal-estar. Só assim será possível superá-lo.

Comece a fechar os ouvidos às palavras que só trazem veneno. Essa atitude te aproximará da paz e da felicidade. Afinal, a linha entre o bem e o mal, entre o equilíbrio e o tormento, muitas vezes está em saber o que ignorar.

Ignore os caminhos tortos, os olhares maldosos, as palavras distorcidas, os sorrisos falsos. Ignore a inveja, a cobiça, a ignorância e a estupidez. Ignore a falta de amor, a ausência de reciprocidade, a mentira e as amizades interesseiras.

Ignore também a imagem negativa que você criou de si mesmo no espelho. Ignore o choro contido no banheiro. Ignore a baixa autoestima que te corrói. Ignore a culpa que não te pertence. Ignore a desesperança.

Ignore a cobrança excessiva. Liberte-se. Seja mais ousado. Permita-se viver o que é bom.

Lembre-se: sua saúde mental é a base de tudo. Não permita que os comportamentos alheios te destruam por dentro. Não se trata de sair discutindo com todos, mas sim de se afastar de pessoas e ambientes que não te fazem bem.

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