Tudo o Que Deus Faz é Perfeito
Há muito tempo, em um reino distante, vivia um rei que, embora fosse poderoso e respeitado, não acreditava na bondade de Deus. Para ele, os acontecimentos da vida eram fruto do acaso, da sorte ou da força do homem.
Mas havia um súdito fiel em seu palácio — um homem simples, sábio e temente a Deus — que jamais deixava de lhe lembrar:
“Meu Rei, não desanime. Tudo o que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra!”
Essas palavras, repetidas em todo momento, causavam incômodo ao soberano, que não compreendia como alguém podia manter tamanha fé, mesmo diante das adversidades da vida.
Certo dia, o rei decidiu ir à floresta caçar, como fazia de tempos em tempos. Levou consigo seu fiel súdito, que sempre o acompanhava com alegria e devoção. Durante a caçada, porém, uma fera selvagem os surpreendeu. O servo, com coragem e habilidade, conseguiu matar o animal antes que ferisse mortalmente o rei. No entanto, não conseguiu evitar que a fera arrancasse o dedo mínimo da mão direita de Sua Majestade.
O rei, tomado pela dor e pela raiva, olhou para seu servo com indignação e gritou:
“E agora? Onde está a perfeição nisso? Se Deus fosse bom, eu não teria sido atacado, nem perdido um dedo!”
Com serenidade, o servo respondeu:
“Meu Rei, apesar do que aconteceu, creio firmemente: Deus é bom. Tudo o que Ele faz é perfeito. Ele nunca erra. A perda desse dedo pode ter um propósito maior.”
Furioso com a resposta, o rei mandou que o servo fosse jogado na cela mais escura e úmida do calabouço, sem qualquer piedade.
Meses se passaram. Certo dia, o rei voltou a caçar sozinho. Enquanto adentrava a floresta, foi capturado por uma tribo de índios temida por sua prática de sacrifícios humanos. Amarraram-no e o levaram em grande festa até o altar de sacrifícios, preparando-o para oferecer aos deuses.
Porém, quando o sacerdote indígena foi examinar o corpo da vítima, parou, fez uma expressão de desagrado e gritou:
“Este homem não serve! É imperfeito! Falta-lhe um dedo!”
E assim, por ser considerado inaceitável para o sacrifício, o rei foi libertado e pôde retornar são e salvo ao seu palácio.
Com o coração cheio de gratidão, correu até o calabouço e ordenou que soltassem imediatamente seu fiel servo. Quando o homem foi trazido à sua presença, o rei o abraçou emocionado e disse:
“Agora entendo, meu caro! Deus realmente foi bom comigo. A perda do meu dedo salvou minha vida. Mas algo ainda me inquieta... Se Deus é tão bom, por que permitiu que você fosse preso de forma tão injusta? Logo você, que sempre o defendeu com tanta fé?”
O servo sorriu com humildade e respondeu:
“Meu Rei, se eu tivesse ido com o senhor naquela caçada, com certeza teria sido capturado junto contigo. E como não me falta nenhum dedo... eu teria sido sacrificado em seu lugar. Por isso digo: tudo o que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra!”
Moral da história: Muitas vezes, não conseguimos entender de imediato o porquê de certas perdas, dores ou caminhos difíceis. Mas, com o tempo, a vida revela que aquilo que parecia um mal era, na verdade, um desvio necessário, uma proteção silenciosa, uma obra perfeita de um Deus que tudo vê e tudo sabe.
Confie. Ele nunca erra.

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