Vale a Pena Ser Bom?
Você já se perguntou se realmente vale a pena ser uma pessoa boa? Se já se esforçou para ajudar alguém e, em troca, enfrentou dificuldades, talvez tenha sentido que o mundo não recompensa a bondade.
Pedro também se fez essa pergunta. Ele acreditava que ajudar os outros era o certo, mas quando perdeu tudo por causa de um ato de bondade, começou a duvidar se Deus realmente estava olhando por ele.
O que ele não sabia era que Deus já estava preparando algo muito maior do que ele poderia imaginar.
Essa história pode mudar a forma como você vê os desafios da vida.
Pedro sempre fora um homem bondoso. Seu pai, um caminhoneiro experiente, lhe ensinou desde cedo que o caráter de um homem não se mede pelo que ele tem, mas pelo que ele faz pelos outros.
Ele se lembrava de uma tarde, quando ainda era um menino, viajando com seu pai pela estrada. Eles viram um carro quebrado no acostamento e um senhor idoso tentando, sem sucesso, empurrá-lo.
— Vamos parar, pai? — perguntou Pedro.
— Sempre que pudermos, filho — respondeu o pai, estacionando o caminhão.
Juntos, eles ajudaram o senhor a empurrar o carro até um posto de gasolina. No final, o homem agradeceu com lágrimas nos olhos.
— Nunca negue ajuda quando puder dar, Pedro — disse o pai, limpando as mãos sujas de graxa. — A vida sempre dá um jeito de devolver.
Essa lição ficou com Pedro para sempre. Mas, muitos anos depois, ele se perguntaria se realmente valia a pena segui-la.
Já adulto, Pedro era casado com Ana e pai de dois filhos, Miguel e Laura. Trabalhava duro como caminhoneiro, lutando para pagar o aluguel e os remédios de Ana, que estava doente há meses.
Naquela manhã chuvosa, recebeu uma entrega urgente. O pequeno restaurante do Sr. Augusto precisava desesperadamente de suprimentos. Pedro sabia que, se atrasasse, o restaurante poderia perder clientes e talvez nunca se recuperar.
Enquanto dirigia pela rodovia molhada, viu um carro parado no acostamento. Um jovem de terno e gravata tentava, sem sucesso, trocar um pneu.
Pedro olhou para o relógio. Se parasse, se atrasaria. Se se atrasasse, poderia perder o emprego.
Ele apertou o volante. Sua mente dizia para seguir em frente, mas algo dentro dele não o deixava.
"Sempre que pudermos, filho…"lembrou ele das palavras de seu pai!
Suspirando, encostou o caminhão e pegou sua capa de chuva.
— Precisa de ajuda, amigo?
O jovem hesitou, surpreso.
— Eu… estou atrasado para uma reunião importante. Não consigo soltar os parafusos.
Pedro se abaixou e, com a experiência de quem trocara dezenas de pneus, terminou o serviço rapidamente.
— Pronto — disse, limpando as mãos na calça.
O jovem pegou a carteira e lhe estendeu algumas notas.
— Aqui, pelo seu tempo.
Pedro sorriu e balançou a cabeça.
— Só faça o mesmo por alguém um dia.
Sem esperar resposta, voltou ao caminhão e seguiu viagem.
A chuva engrossou, e o trânsito ficou mais lento. Pedro chegou ao restaurante suado, com os nervos à flor da pele.
— Onde você estava? — O chefe gritou pelo rádio. — Esse atraso quase nos custou um cliente importante!
Pedro respirou fundo. Não valia a pena discutir. Ele descarregou a mercadoria sob o olhar preocupado do Sr. Augusto.
— Obrigado, meu amigo — disse o velho, apertando sua mão. — Não sei como lhe agradecer.
Pedro forçou um sorriso. Ele sabia que tinha feito a coisa certa, mas, naquele momento, não parecia. O chefe estava irritado, a estrada o havia desgastado, e ninguém parecia notar o sacrifício que ele fizera.
"Será que vale a pena?"
Ele estava voltando para casa exausto, com aquela pergunta na mente.
Na metade do caminho, recebeu uma ligação inesperada de seu chefe.
— Pedro, porque você atrasou a entrega? Estamos com poucos clientes e você me faz uma coisa dessas!
— É que eu tive um imprevisto chefe… Quando eu estava indo fazer a entrega aconteceu que…
Pedro mal pode terminar a frase.
— Sempre tem uma desculpa esfarrapada! Não posso mais confiar em você. Está despedido.
As palavras atingiram Pedro como um soco no estômago. Ele havia perdido o emprego.
Dirigiu para casa em silêncio. Como contaria para Ana? Como pagaria as contas?
Quando chegou, Ana percebeu sua expressão abatida.
— O que aconteceu, amor?
Pedro sentou-se, esfregando o rosto.
— Me mandaram embora.
Ana ficou em silêncio por um momento, segurando sua mão.
— Vai dar tudo certo, Pedro. Deus está conosco.
Ele soltou um riso amargo.
— Deus? Ele está vendo isso?
Ana o olhou com doçura, apesar de seu cansaço.
— Às vezes, não entendemos os planos dele. Mas precisamos confiar.
Pedro queria acreditar, mas como confiar quando não sabia como alimentar seus filhos?
Nos dias seguintes, Pedro saiu de casa cedo e bateu em várias portas. Nenhuma empresa queria contratá-lo.
Em uma transportadora, depois de esperar por horas, o gerente olhou seu currículo e suspirou.
— Sua experiência é boa, mas já preenchemos as vagas.
— Eu aceito qualquer coisa — disse Pedro. — Eu só… só preciso de uma chance.
— Sinto muito.
Pedro saiu dali derrotado. Sentou-se no banco de uma praça, olhando para o céu nublado.
— Deus… eu fiz o que era certo. Por que me abandonou?
O vento soprou, mas não houve resposta.
Sem esperanças, Pedro voltou para casa e encontrou Ana sorrindo.
— Ligaram para você — disse ela.
— Quem?
— Uma transportadora grande. Querem uma entrevista.
Sem entender, Pedro foi ao endereço informado. Quando chegou, foi recebido pelo diretor da empresa, um homem bem vestido e com um olhar amistoso.
— O senhor se lembra de mim?
Pedro franziu a testa. O homem parecia familiar. Então, reconheceu o jovem do pneu furado.
— Você?!
O rapaz sorriu.
— Sim. Graças à sua ajuda, cheguei a tempo para uma entrevista que mudou minha vida. Hoje sou diretor aqui, e quando soube que você estava procurando emprego, fiz questão de chamá-lo.
Pedro ficou sem palavras.
— Mas… por quê?
O jovem cruzou os braços.
— Porque você me ensinou algo naquele dia. Que a bondade ainda existe. E eu quero retribuir.
Pedro sentiu um nó na garganta.
— Estou te oferecendo um cargo de supervisor. Melhor salário, benefícios, estabilidade.
Pedro piscou, incrédulo. Ele não apenas conseguiu um emprego, mas um cargo muito melhor do que jamais sonhara.
Quando voltou para casa, encontrou Ana sentada na varanda, olhando para o céu. Ele a abraçou forte.
— Você estava certa — sussurrou. — Deus nunca nos abandona.
Ana sorriu, segurando suas mãos.
— Eu te disse.
Talvez você já tenha se sentido assim. Talvez tenha ajudado alguém sem esperar nada em troca, mas, em vez de reconhecimento, tenha enfrentado dificuldades. Talvez tenha se esforçado para agir corretamente, mas a vida tenha te dado desafios ainda maiores.
O que essa história nos ensina é que Deus trabalha em nosso favor de maneiras que muitas vezes não conseguimos enxergar no momento. Pedro perdeu o emprego, mas essa perda foi justamente o que abriu o caminho para uma oportunidade muito melhor. Se ele não tivesse parado para ajudar aquele jovem, seu futuro poderia ter sido completamente diferente.
A bondade genuína nunca é em vão. No tempo certo, ela retorna, muitas vezes de formas inesperadas e muito maiores do que imaginamos.
O versículo de Salmos 37:5 nos diz:
"Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará."
Isso significa que, mesmo quando não entendemos os caminhos de Deus, devemos confiar que Ele está no controle. Quando enfrentamos perdas ou dificuldades, podemos nos sentir tentados a duvidar, assim como Pedro duvidou. Mas a promessa desse versículo é clara: se confiarmos em Deus e continuarmos fazendo o bem, Ele cuidará do resto.
Na prática, isso significa:
Continuar sendo bom, mesmo quando ninguém está olhando – Muitas vezes, o bem que fazemos hoje se transforma em bênçãos no futuro.
Não desistir diante das dificuldades – O fato de as coisas estarem difíceis não significa que Deus nos abandonou. Pode ser apenas uma fase antes de algo melhor.
Manter a fé mesmo quando tudo parece perdido – Assim como Pedro, podemos ter momentos de dúvida. Mas se entregarmos nossos caminhos ao Senhor, Ele nos surpreenderá com algo ainda maior.
Espero que você tenha gostado desta história.
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