O Homem Que Carrega Fardos Pesados

Ilustração de um homem de terno com longa barba branca, caminhando pela rua e segurando dois sacos pesados.















Conta-se que um homem caminhava pela estrada, com passos vacilantes e expressão cansada. Em uma mão, segurava um tijolo; na outra, uma grande pedra. Sobre os ombros, levava um pesado saco de terra. Ao pescoço, pendiam vinhas grossas e emaranhadas. E, como se não bastasse, equilibrava sobre a cabeça uma enorme abóbora.

Sua aparência era tão inusitada que chamou a atenção de um transeunte, que o abordou curioso:

— Por que está carregando essa pedra tão grande?

O viajante olhou surpreso para a mão e, depois de um instante, respondeu:

— Que estranho... Eu nem havia notado que a carregava.

E, sem pensar duas vezes, atirou a pedra longe. Imediatamente, sentiu-se mais leve.

Alguns passos adiante, outro passante o questionou:

— Você parece exausto. Por que está com essa abóbora na cabeça?

Mais uma vez, o homem pareceu despertar:

— Estou feliz que tenha me perguntado. Eu nem percebia o que estava fazendo comigo mesmo.

Tirou a abóbora e a deixou pelo caminho, prosseguindo com mais leveza.

Assim, cada pessoa que encontrava chamava atenção para um dos itens que ele carregava. E, um a um, o viajante foi se desfazendo deles: o tijolo, o saco de terra, as vinhas. Até que, por fim, seguiu seu caminho livre, de corpo erguido e coração leve.

Mas será que o verdadeiro peso estava nos objetos?

Não. O problema era a inconsciência de que os carregava.

Muitos de nós fazemos o mesmo. Arrastamos conosco a pedra dos pensamentos negativos, o tijolo das más lembranças, o fardo da culpa por erros passados que, muitas vezes, estavam fora do nosso controle.

Penduramos no pescoço a autopiedade, as crenças de castigo, a ideia de que tudo está perdido e não há saída.

E então nos perguntamos: por que nos sentimos tão cansados? Tão desanimados?

Por isso, hoje, faça uma pausa e observe: será que você também carrega a canga da mágoa? O mármore do remorso? A lápide da culpa?

Desafogue o coração. Liberte-se do que pesa e sufoca. Persiga objetivos mais altos, mais nobres.

Não jogue sobre os outros a responsabilidade pelo seu desânimo ou fracasso. Olhe para dentro. Reconheça o que tem carregado sem necessidade. E, uma a uma, vá soltando essas cargas.

Siga leve. Siga consciente. Mantém tua consciência desperta.

Ilumina teu interior e trabalha com coragem para conquistar a felicidade que tanto deseja.

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