A Lenda do Oásis e da Atitude Mental

Uma linda paisagem de um lago cercado por árvores entre montanhas

Conta-se que, em uma região remota do Oriente Próximo, sob o calor escaldante do deserto e o brilho incansável do sol, havia um oásis cercado por um pequeno povoado. À sombra de uma tamareira antiga, sentava-se um velho sábio. Seu rosto, sulcado pelo tempo, irradiava serenidade e sabedoria.

Certo dia, um jovem viajante se aproximou. Seus passos eram apressados, sua expressão, amarga. Ao avistar o ancião, parou e perguntou:

— Que tipo de gente vive neste lugar?

O velho ergueu os olhos e devolveu, calmamente:

— Que tipo de gente vivia no lugar de onde você vem?

O rapaz franziu a testa e respondeu com desdém:

— Um grupo de pessoas egoístas, maldosas, falsas. Fico aliviado por ter deixado aquele lugar para trás.

O velho balançou lentamente a cabeça e disse:

— Sinto lhe dizer, meu filho... mas encontrará o mesmo por aqui.

O rapaz resmungou algo, virou as costas e seguiu adiante, desapontado.

Horas depois, outro jovem se aproximou do oásis. Seus olhos brilhavam, e havia gentileza em seu semblante. Parou diante do mesmo velho e perguntou:

— Bom dia, senhor. Que tipo de pessoas vivem por aqui?

O ancião, com um leve sorriso, respondeu com a mesma pergunta:

— E no lugar de onde vens, como eram as pessoas?

O rapaz sorriu, com um suspiro nostálgico:

— Eram pessoas boas, generosas, honestas. Fiz grandes amigos e me entristece deixá-los para trás.

O velho assentiu lentamente:

— Pois é exatamente esse tipo de gente que encontrarás aqui.

Um homem que observava as duas conversas se aproximou, intrigado:

— Como pode dar respostas tão diferentes à mesma pergunta? Afinal, que tipo de pessoas vive aqui?

O ancião olhou para ele com calma e respondeu:

— Veja, meu amigo... Cada um vê o mundo não como ele é, mas como ele é por dentro. Quem só encontrou egoísmo e maldade no caminho, provavelmente carrega isso no próprio coração. E, onde quer que vá, será isso que continuará a enxergar. Já quem traz gratidão, empatia e alegria na alma, descobrirá essas mesmas virtudes nas pessoas ao redor.

Fez uma pausa, como quem saboreia o peso das palavras, e concluiu:

— A única coisa sobre a qual temos controle absoluto é nossa atitude mental. Ela molda nosso olhar, guia nossas ações e determina a qualidade das nossas experiências. Quem cultiva uma mentalidade positiva encontrará beleza até no deserto. Quem cultiva a negatividade, jamais verá o oásis, mesmo que esteja diante dele.

Reflexão:

Essa antiga lenda nos lembra de que o mundo ao nosso redor, muitas vezes, é um reflexo do mundo dentro de nós. Nossa atitude mental tem o poder de transformar realidades: o que carregamos no coração define aquilo que encontramos na jornada.

Se cultivarmos pensamentos negativos, encontraremos dificuldades e decepções por onde passarmos. Mas se escolhermos ver o bem, sermos gratos e termos esperança, o mundo se tornará um espelho desse bem que irradiamos.

A verdadeira transformação começa dentro. Como dizia o velho sábio, a atitude mental é o solo onde floresce ou murcha a vida que levamos. Portanto, cuide do seu interior, pois é ele quem colore tudo o que está ao redor.

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