A Luta dos Dois Lobos
O avô, com voz serena e olhos que pareciam enxergar além do tempo, disse:
— Meu neto, dentro de cada um de nós há uma batalha. Uma luta silenciosa, mas poderosa, entre dois lobos.
O menino, intrigado, olhou para o avô e perguntou:
— Dois lobos? Que lobos são esses, vovô?
Com um leve sorriso, o ancião respondeu:
— Um é o lobo do mal. Ele é feito de raiva, inveja, orgulho, ego, ressentimento, culpa, arrogância, medo e autopiedade.
O outro é o lobo do bem. Ele carrega amor, paz, alegria, esperança, humildade, generosidade, compaixão, fé e verdade.
O menino ficou em silêncio por um instante. Depois, com olhos cheios de curiosidade, perguntou:
— E qual deles vence essa batalha?
O avô então se inclinou levemente, colocou a mão no ombro do neto e disse com firmeza:
— Aquele que você alimenta.
Houve um longo silêncio. Apenas o crepitar da fogueira preenchia o espaço entre eles. Mas aquelas palavras ecoaram no coração do menino como um trovão sereno. Ele compreendeu que, a cada pensamento, a cada atitude, ele estava alimentando um dos lobos.
— Mas vovô… e se o lobo do mal estiver ganhando? — perguntou com um certo medo na voz.
O velho respondeu com ternura:
— Então, pense em algo bom. Pense em uma ação de amor, em um gesto de bondade com alguém, com um animal, com a natureza. Quando você cultiva o bem, o lobo do mal enfraquece. Porque o bem tem um poder silencioso, mas imenso.
A lição que aquele menino aprendeu naquela noite, ele nunca mais esqueceu.
Moral da história: Dentro de cada ser humano há uma batalha constante entre forças opostas — o bem e o mal, a luz e a escuridão. Somos feitos de escolhas, e cada escolha alimenta um lado. Quando cultivamos o medo, a raiva e a inveja, estamos nutrindo o lobo do mal, que nos aprisiona ao passado ou nos lança num futuro de incertezas.
Mas quando escolhemos o amor, a paz, a bondade e a fé, estamos fortalecendo o lobo do bem — aquele que nos liberta, que nos eleva, que nos transforma.
Essa fábula Cherokee nos lembra que não temos como calar um dos lobos. Eles sempre estarão lá. Mas temos o poder de decidir qual deles vai crescer dentro de nós.
Alimente o amor. Alimente a paz. Alimente a esperança.
Porque, no fim, o lobo que você alimenta... é o que vence.
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