A Ilha dos Sentimentos e o Poder do Tempo

 

A imagem mostra Tempo, representado como um homem idoso e gentil com longos cabelos brancos e uma túnica branca esvoaçante, ajudando Amor, retratada como uma jovem otimista com cabelos ruivos esvoaçantes, a escapar das águas da enchente que se aproximam. A ilha é retratada como um paraíso exuberante com árvores e edifícios agora submersos, criando uma sensação do desastre iminente.

Conta-se que, certa vez, em um lugar distante e sereno, todos os sentimentos humanos habitavam juntos uma pequena ilha. Havia ali a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Riqueza, a Sabedoria, o Medo, o Orgulho, o Amor… viviam em harmonia.

Mas um dia, receberam um triste aviso: aquela ilha seria inundada. Preocupado, o Amor – sempre atencioso – correu a alertar a todos:

— Fujam, a ilha será inundada! Salvem-se!

Cada sentimento preparou seu barquinho e partiu às pressas rumo a um morro alto no continente. Todos... exceto o Amor. Ele queria garantir que ninguém fosse deixado para trás.

Quando a água começou a subir, o Amor percebeu que havia ficado sozinho. Desesperado, correu pela ilha já alagada e pediu ajuda a quem passava.

Viu a Riqueza em um belo barco reluzente e gritou:

— Riqueza, me leva com você!

Mas ela respondeu:

— Não posso. Meu barco está cheio de ouro e prata, não há lugar para você.

Logo em seguida, avistou a Vaidade em um barco elegante, cheio de espelhos e adornos.

— Dona Vaidade, por favor, me leve com você!

— Sinto muito, Amor, você pode molhar e estragar o meu barco. Não posso arriscar.

Triste, o Amor avistou então a Tristeza. Talvez ela o compreendesse…

— Senhora Tristeza, posso ir com você?

— Ah… estou tão abatida que prefiro ir sozinha – respondeu ela, cabisbaixa.

Logo passou a Alegria, sorridente, cantando. O Amor gritou, mas ela estava tão imersa em sua euforia que nem o ouviu.

Quando tudo parecia perdido, um velho senhor apareceu remando lentamente em um pequeno barquinho.

— Sobe, Amor, eu te levo – disse ele com ternura.

O Amor, aliviado, subiu no barquinho. Juntos, seguiram até o morro onde os outros sentimentos aguardavam.

Ao chegar, o Amor, ainda ofegante, procurou a Sabedoria e perguntou:

— Sabedoria, quem era aquele senhor tão generoso que me salvou?

A Sabedoria sorriu e respondeu:

— Era o Tempo.

— O Tempo? Mas por que ele me ajudaria?

E a Sabedoria respondeu:

— Porque só o Tempo é capaz de compreender e sustentar um grande amor.


Reflexão: O Valor do Tempo

Entre todos os dons que Deus nos concede, o Tempo ocupa um lugar especial. É ele quem nos ensina a esperar, a entender, a perdoar. Ele cicatriza as feridas da alma, acalma as tempestades do coração e revela, com sabedoria, o que realmente importa.

O Tempo não tem pressa, mas nunca falha. Ele traz maturidade aos sentimentos, dissipa ilusões, consola as dores mais profundas. Ele desenha rugas no rosto, espalha fios de prata pelos cabelos, mas ao mesmo tempo ensina a paciência, a gratidão e o verdadeiro valor das coisas simples.

O Tempo confirma verdades, derruba mentiras e revela o que é eterno. Por isso, devemos valorizá-lo. Cada segundo é uma oportunidade de crescer, de amar, de recomeçar.

A Bíblia nos lembra disso em Eclesiastes, capítulo 3:

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraçar e tempo de afastar-se; tempo de calar e tempo de falar; tempo de guerra e tempo de paz… tempo de amar."

Que possamos aprender a viver o tempo com sabedoria.

Afinal, como diz a Palavra de Deus: "O amor jamais acaba" (1 Coríntios 13:8), mas somente com o Tempo é que descobrimos sua verdadeira profundidade.

Reflita sobre isso… e use bem o seu tempo.
Porque sempre é tempo de amar.

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